A minha primeira gravidez

Na minha primeira gravidez eu podia descansar quando estava enjoada, dormir sempre que o sono de grávida vinha, passar um tempo no chuveiro relaxando as costas doloridas. Nessa segunda gravidez eu percebi que tudo isso era um luxo, privilégios que não tenho mais. Porém houve também muitos perrengues e sufocos, além de que me forçou a mudar, a procurar ser uma pessoa melhor.

Perrengues da gravidez 

A minha primeira gravidez foi um imenso desafio, principalmente para a minha saúde mental. Eu sabia que ser mãe era uma tarefa difícil e desafiadora, mas nada e nem ninguém poderia me preparar para o que estava por vir. 

Passei o 2• e o 3• mês inteiros sofrendo de enjoos constantes, e nessa mesma época descobrimos um cisto de quase 10 cm no útero, o que me obrigou a fazer repouso quase a gravidez inteira. 

Isso tudo aliado ao fato do meu corpo estar mudando tanto que não me reconhecia. Eu ficava triste ao olhar no espelho, não me achava bonita, e as roupas não ficavam tão legais no meu corpo quanto antes, até que passaram a não caber mais.

A influência da Covid

Era tudo muito novo, e intenso. Minha ansiedade alcançou níveis nunca antes alcançados e eu nem percebi. E para completar era o auge da COVID. 

Ainda não tínhamos vacina, muita gente estava morrendo. O terror de sair de casa me tomou por inteira. Eu ficava confinada na minha casa, morrendo de medo, me sentindo muito sozinha e depressiva. Orando para que Deus protegesse meu esposo que saia pra trabalhar, e protegesse a mim e ao bebe que ainda estava na barriga.

A importância dos hobbies 

Eu não podia sair por causa da Pandemia, e não podia fazer esforço, voltei a fazer algo que eu amava fazer: Assistir animes! 

Procurei um anime longo que eu nunca assisti antes. Escolhi assistir One Piece, porque é um anime leve, meio bobo no inicio, mas depois vai ficando muito bom. Eu lembro que comecei a assistir despretensiosamente, mas quando terminei o arco de Skypiea eu decidi que iria assistir até o fim. Esse é o meu hobby até hoje, ainda assisto esse anime agora com a minha irmã, que eu convenci a assistir comigo.

Eu precisava disso, ver algo leve que não falasse dos números de mortos crescentes, era como encontrar um lugar calmo e em paz.

Milagres acontecem 

Quando fiz 6 meses de gestação, a minha médica já estava pronta para me encaminhar ao cirurgião para retirar o cisto, porém um milagre aconteceu, na ultrassonografia do 6 mês o cisto havia regredido bem pouco de tamanho mas foi o suficiente para a obstetra cancelar a cirurgia de emergência e observar por mais tempo. Quando chegamos ao oitavo mês já não dava para ver o cisto nas ultrassonografias. Ele simplesmente havia desaparecido.

O segundo milagre na minha opinião, foi passar por toda a época mais critica da pandemia sem pegar COVID, e assim não comprometer a gravidez, que por si só já é algo perigoso que exige cautela. 

A importância da terapia

Com esse turbilhão de coisas novas acontecendo eu me vi ficando cada vez mais pessimista, sem conseguir enxergar os milagres surgindo. E com isso não conseguia ser grata, e nem via as coisas simples porém boas que ainda faziam parte do meu dia a dia.

Era como se minha visão se tornasse embaçada e tudo tivesse perdido seu brilho. Porém uma coisa ainda me motivava, minha filha, que nasceu linda e saudável. A isso, eu ainda era grata, mas aos poucos fui percebendo que se eu quisesse ser pelo menos um terço da mãe que eu gostaria de ser, então eu deveria mudar a forma de ver a mim e minha vida.

Foi aí que decidi pedir ajuda, porque sozinha estava muito difícil. Mas como fazer terapia se eu tinha que cuidar de um bebê? Encontrei uma profissional que atende à distância, por videochamada. E foi isso que me salvou, porque pude com muito mais facilidade comparecer às sessões, e quando eu não podia, a minha psicóloga compreendia.

E foi ela, a psicóloga Rachel que me ensinou a ressignificar coisas, e a procurar a fonte dos problemas para então resolvê-los. Sou muito grata porque hoje eu enxergo minha vida por uma ótica muito mais positiva, e isso fez uma grande diferença no meu maternar. Consegui ser a mãe que cuida, que brinca, que aproveita cada momento com sua cria.

O próximo capítulo…

No próximo post vou contar como foi a segunda gestação. Como foi estar grávida tendo que cuidar de uma criança pequena?

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