Nos últimos dias, uma notícia me deixou com o coração apertado. Obstetras do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), em Recife — um dos hospitais de referência no Brasil para casos de alto risco na gestação — entregaram cartas de demissão coletiva.
Segundo o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), os profissionais alegam sobrecarga de trabalho, má estrutura e salários baixos. E, como mãe, não consigo deixar de pensar: o que isso significa para a nossa maternidade e para a segurança de tantas mulheres e bebês?

O que está acontecendo no IMIP
O IMIP é uma instituição filantrópica que atende pacientes de todo o estado de Pernambuco e realiza milhares de partos por ano — só em 2024 foram quase 5 mil partos e mais de 1 milhão de atendimentos entre consultas, cirurgias e outros procedimentos.
Mas, de acordo com o Simepe, os obstetras estão enfrentando:
- Jornadas exaustivas.
- Estrutura física e equipamentos insuficientes.
- Remuneração considerada incompatível com a responsabilidade do trabalho.
- Casos de burnout entre profissionais devido à sobrecarga.
Em julho, 48 obstetras já haviam sinalizado que deixariam o hospital caso não houvesse melhorias. Como não houve avanços concretos nas negociações, muitos decidiram formalizar a saída.
Por que isso importa para a maternidade
Quando falamos de maternidade, falamos de cuidado, acolhimento e segurança. Uma equipe médica sobrecarregada e desmotivada impacta diretamente:
- A qualidade do atendimento durante o pré-natal e o parto.
- O tempo de espera para procedimentos e consultas.
- A segurança em casos de emergência obstétrica.
- O apoio emocional que toda gestante precisa.
E não é só em Pernambuco. Essa situação acende um alerta para todo o Brasil: precisamos valorizar os profissionais que cuidam de nós no momento mais delicado da vida.
A realidade em números
| Indicador | Dados |
| Partos realizados no IMIP em 2024 | ~5.000 |
| Atendimentos totais no ano | +1 milhão |
| Obstetras no quadro atual | 101 |
| Cartas de demissão entregues até agora | +30 |
Fonte: Simepe / G1 PE
Curiosidade
Você sabia que o Brasil é um dos países com maior número de cesarianas no mundo? Segundo a OMS, o ideal é que apenas 10% a 15% dos partos sejam cesáreas, mas no Brasil esse número ultrapassa 55% na rede privada. Em maternidades de alto risco, como o IMIP, a taxa é naturalmente maior, pois lidam com casos complexos — e isso exige ainda mais preparo e estrutura.
O impacto para as mães
Como mãe, sei que a escolha do local do parto é uma das decisões mais importantes da gestação. Quando ouvimos sobre crises em maternidades de referência, sentimos insegurança.
Essa situação reforça a importância de:
- Pesquisar sobre a estrutura e equipe do hospital onde você pretende ter seu bebê.
- Participar de grupos de gestantes para trocar informações e experiências.
- Acompanhar notícias locais sobre saúde pública.
- Cobrar das autoridades melhorias e investimentos.
O que está sendo feito
O IMIP informou que já iniciou a contratação de novos profissionais e um plano de reestruturação do serviço de obstetrícia. Também houve um reajuste salarial de 8% para hospitais do porte do IMIP, mas o sindicato afirma que isso não atende às reivindicações dos obstetras.
Minha reflexão como mãe
A maternidade é um momento único, mas também frágil. Precisamos de profissionais motivados, bem pagos e com condições adequadas para trabalhar. Não é só sobre salários — é sobre garantir que cada mãe e cada bebê tenham o cuidado que merecem.
Quando um hospital de referência enfrenta uma crise como essa, todas nós perdemos um pouco da segurança que deveríamos ter garantida.
Dicas para gestantes e mães diante desse cenário
- Converse com seu médico sobre alternativas de maternidades na sua cidade.
- Visite o hospital antes do parto para conhecer a estrutura.
- Tenha um plano B caso haja mudanças na equipe ou na disponibilidade de leitos.
- Informe-se sobre seus direitos como gestante pelo SUS ou plano de saúde.
- Participe de conselhos de saúde ou grupos comunitários para acompanhar a situação.
Rede de apoio é tudo
Se tem algo que aprendi na minha jornada de maternidade, é que não passamos por nada sozinhas. Compartilhar informações, apoiar outras mães e cobrar melhorias são formas de proteger não só nossos filhos, mas toda uma geração.
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